Educação para Paz e Ecocidadania

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O projeto de Educação para Paz desenvolvido pela equipe do Coletivo Cultural Fora da Caixa em parceria com o Educandário e Instituto André Luiz desde 2018 entrou em uma nova fase este ano. Nos últimos anos o nosso principal foco foi Liderança e Saúde Emocional, apresentamos aos participantes um panorama dos movimentos pacifistas e não-violentos do século XX, estudamos também a biografia de personalidades que se destacaram por sua conduta ética, espírito de serviço e dedicação aos valores humanos.

Essa inspiração foi compartilhada através de documentários, pesquisas, aulas expositivas e rodas de conversas. As práticas de meditação silenciosa e contemplação serviram de apoio para reduzir o nível de ansiedade e aumentar o foco durante os encontros. Chegamos em 2024 cientes de que o momento pedia por ações mais eficazes em relação à preservação do meio ambiente. Com as temperaturas acima da média, chuvas torrenciais, inundações, o frio extremo em outras regiões do planeta e a falta de um programa de prevenção de catástrofes, nos sentimos em uma situação de vulnerabilidade e desamparo quando somos acometidos pelas consequências destes eventos extremos.

O mais triste é ver a degradação da Natureza sem a implementação de ações que mobilizem os indivíduos a fazerem sua parte, mesmo que mínima, no sentido de amenizar os efeitos da destruição. Os jovens e crianças, que em breve serão os mais prejudicados, sentirão na pele os efeitos do aquecimento global e do descaso que os governos lidam com essas questões. Por isso é necessário que eles sejam sensibilizados e se engajem o quanto antes na busca de soluções. Precisamos refletir junto aos jovens sobre a atual situação e abrir suas mentes para que não fiquem esperando que os “adultos” resolvam os problemas. Mesmo porque são os adultos que nos colocaram nesta situação e, se não tomarmos atitudes no cotidiano, talvez não tenhamos tempo para salvar o planeta para as gerações futuras. Falar não basta, ser ativista de Facebook não é o suficiente, daqui pra frente apenas ações concretas contam. Mas por onde começar? Como sensibilizar os jovens para a questão da sustentabilidade, preservação, redução do lixo, logística reversa, mudanças de comportamento em relação ao consumismo, excesso de embalagens e alimentos sem agrotóxicos? São tantas questões que precisam ser abordadas que se não nos colocarmos de forma clara, organizada e com profundidade, não teremos nem adesão e nem mudanças.

Dinheiro encontrado no lixo

O ponto de partida para nosso projeto de Ecocidadania foi mudar a percepção que os jovens tinham sobre as questões relacionadas ao que jogamos no lixo. Instruímos as crianças e jovens a contribuir com ações no sentido de reduzir o volume de lixo, procuramos parceiros e os meios disponíveis em nossa comunidade para dar um destino correto ao material com potencial para reciclagem, ajudando assim a retirar da natureza e do lixo comum coisas que podem ser reaproveitadas ou recicladas. Os resultados apresentados aqui referem-se ao período de Março à Novembro de 2024.

Imaginamos que essa seria uma maneira de evitar que esses materiais fossem parar no lixo comum, pois no Brasil menos de 3% do lixo é destinado à reciclagem e em nossa cidade não há coleta seletiva. Assim, com a venda do material coletado poderíamos gerar fundos para o grupo. Começamos com algumas sacolas por semana, mas aos poucos percebemos que o engajamento dos jovens foi tão grande que tivemos que coletar duas vezes por semana pois o volume da coleta aumentou muito. Em algumas semanas tivemos que guardar em outro local pois o espaço da minha garagem já não era o suficiente. Abaixo uma imagem das primeiras coletas e depois uma imagem da “ montanha de garrafas pet” de um dos locais onde levamos nossas pets para vender.

Justamente pelo engajamento e disposição de nossos jovens em reunir o material reciclável percebemos que a ideia já tinha sido incorporada em suas rotinas. As famílias também se mobilizaram, solicitando aos amigos, parentes, membros da igreja e comunidade para recolher este material e entregar ao projeto.

Talvez essa ação tenha um impacto local apenas, com resultados em nosso entorno, mas fomos surpreendidos pela imediata aceitação e incorporação dos valores de respeito e proteção à Natureza. Tivemos a constatação de que mesmo com pequenas ações podemos mudar o planeta para melhor. Abaixo, parte dos recicláveis coletados nos últimos dois meses. Nosso grupo é pequeno e mesmo assim os resultados foram incríveis, imaginem se todas as escolas e comunidades se engajassem para retirar do lixo comum as garrafas pet, latas de alumínio e o lixo eletrônico? O planeta seria um lugar muito menos poluído e a Natureza mais respeitada. Grandes coisas começam a partir de pequenas ações, nós acreditamos muito nisso.

Quando iniciamos o projeto, apenas os jovens participavam do projeto, após algumas semanas as crianças também se juntaram ao grupo e passaram a trazer recicláveis para o Educandário. Elas também tiveram uma apresentação sobre o programa de Ecocidadania e foram instruídas de que forma poderiam ajudar o planeta.

Nosso projeto de Ecocidadania está alinhado com os seguintes objetivos de sustentabilidade das Nações Unidas:

  • Reduzir a pobreza: Doar aquilo que você não precisa;
  • Educação de Qualidade: Cursos gratuitos;
  • Ação Climática: Educar pessoas sobre meios sustentáveis de vida; coleta de recicláveis e equipamentos eletrônicos para logística reversa
  • Vida no planeta: Plantar árvores e ensinar sobre o uso terapêutico de chás e os benefícios para a saúde; ensinar a fazer compostagem.
  • Parcerias: buscar parcerias entre governo, sociedade civil e empresas para multiplicação das ações para alcançar os objetivos propostos.

Nossa intenção é inspirar outras iniciativas como a nossa, tornar o projeto de Ecocidadania um modelo fácil e acessível a outros educadores que se interessarem em implementá-lo em suas escolas e comunidades.

A estrutura pedagógica do projeto de Educação para Paz

Ressaltamos que as ações implementadas no projeto de Ecocidadania estão inseridas no programa de Educação para Paz que realizamos desde 2018 com os jovens potencializados que frequentam as aulas no Educandário e Instituto André Luiz. Portanto o projeto acontece em um contexto onde os participantes são convidados a refletir sobre valores humanos, não-violência, ética, inteligência emocional, saúde mental, vocação, espírito de serviço, solidariedade,  respeito à diversidade, inclusão além da ecologia e cidadania.

Os encontros são realizados semanalmente na formato de rodas de diálogo onde  todos são incentivados a compartilhar suas opiniões e fazer questionamentos sobre estes e outros temas. No início do ano definimos juntos as “Regras do Grupo” onde elencamos as ações que são desejáveis e as que estão em desacordo com os valores do grupo. Por exemplo: não é permitido interromper quando o colega está expressando sua opinião, não é permitido o uso de palavras de baixo calão, não é aceitável o bullying, etc. A prática de diálogo é cultivada o tempo todo, a cooperação é mais valorizada do que a competição, a troca de saberes entre eles é sempre incentivada e isso promove o reconhecimento dos talentos individuais e a admiração mútua.

Práticas Contemplativas

As práticas de meditação silenciosa e os exercícios de respiração também acontecem regularmente, isso possibilita o alívio da ansiedade e aumenta o foco durante as atividades. Percebemos que após essa breve pausa eles ficam mais relaxados, sendo notável a mudança no estado de espírito do grupo após a prática.

Não realizamos provas, mas ao longo dos encontros os participantes são convidados a preencher questionários que nos ajudam a perceber como eles estão sendo impactados pelas aulas e pelo conteúdo apresentado.

Aqui o relato de Amanda Castilho, 14 anos, “Entre nossos encontros tivemos muitas coisas legais e que nos levaram a algum aprendizado de alguma forma, mas as meditações e apresentações me ensinaram e agregaram na minha vida e tenho certeza que por diversas vezes esses ensinamentos serão úteis.”

A prática pedagógica onde eles aprendem a compartilhar suas habilidades em diferentes matérias como por exemplo matemática, física, química, etc já provou ser muito importante para a autoestima e também na hora de escolherem as profissões que desejam atuar no futuro. Alguns dos nossos potencializados que conquistaram bolsas de estudo em escolas particulares e não estão mais inseridos no Educandário como alunos acabam voltando ao projeto como professores. Temos alguns que decidiram estudar Pedagogia devido ao impacto positivo que essa experiência teve em suas vidas. Hoje temos jovens ensinando os mais novos em diversas matérias. Fechando um ciclo de generosidade e propósito, pois eles acabam se tornando voluntários no projeto que os possibilitou a conquista de bolsas de estudo nas melhores escolas e universidades do país.

A expressão artística é um dos instrumentos que utilizamos para minimizar a ansiedade e reduzir os sintomas do estresse. A pintura também ajuda a aumentar o foco e revela as individualidades na forma de cores e traços. Mesmo quando os modelos escolhidos são iguais, a expressão de cada um é única.

Assim como na Natureza, a diversidade é o que gera a beleza e a saúde de um ambiente. Nas sociedades também deveríamos compreender e respeitar este princípio, ao invés de excluirmos as idéias e opiniões diferentes da nossa deveríamos tentar aprender com as múltiplas possibilidades de expressão e pontos de vista.

Em diversas ocasiões apresentamos documentários sobre questões como a reciclagem, modelos de agricultura sustentável, ações de ambientalistas sobre a crise climática e refletimos sobre a situação dos povos originários em nosso país. Observamos uma mudança de atitude dos jovens em relação aos problemas ambientais e éticos como guerras, conflitos, preconceitos, intolerância religiosa e posições políticas.

Abaixo eles assistem um Ted Talk com Greta Thunberg.

Entre os vídeos que os participantes assistiram estão os documentários “Kiss the Ground”  (Beije o solo) e o “ O lixo nosso de cada dia” , ambos apresentam excelentes reflexões sobre o futuro ambiental do planeta. Além claro do conteúdo de Educação para Paz inspirado nos movimentos de conquista de direitos civis através da Não-violência, com a introdução ao pensamento de Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Nelson Mandela, Greta Thunberg, Malala, etc. Os jovens pesquisaram e fizeram apresentações sobre estas e outras personalidades importantes para a humanidade.

Acreditamos no poder do exemplo e percebemos o impacto que seres extraordinários como Mahatma Gandhi e Martin Luther King costumam ter na vida e na personalidade dos jovens. Ao perguntarmos em uma sala com participantes entre 10 e 17 anos quem é o ser humano mais inspirador que eles já tiveram a oportunidade de conhecer a trajetória, em primeiro lugar sempre está Mahatma Gandhi e em segundo Martin Luther King.

Miguel Sousa, 11 anos

Walacy Lopes Souza,  11 anos

Esses depoimentos podem ser encontrados nas respostas dos questionários de avaliação do programa e do conteúdo apresentado durante os encontros. Isso nos deixa com o coração pleno de alegria, em tempos de tantos “influencers” vazios e insignificantes para o mundo, ver os jovens se inspirarem em Mahatma Gandhi,  Martin Luther King e Nelson Mandela para nossa equipe vale mais que ouro!  A força moral que emana destes líderes deixam uma marca indelével na alma dos jovens e isso certamente será levado para toda vida. Entre as pesquisas realizadas pelos participantes e apresentações sobre as personalidades que são inspiração para o mundo estão: Malala, Nelson Mandela, Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Greta Thunberg, Paulo Freire, Chico Mendes, Milton Santos, Nise da Silveira e Chico Xavier. Abaixo algumas das apresentações.

Apresentação de Walacy Souza (11 anos) sobre Nelson Mandela

Apresentação de Miguel Sousa N. Barros (12 anos) sobre a Malala

Apresentação de Sofia (12 anos) sobre Madre Tereza de Calcutá

Apresentação de Luiz Miguel B. Sciroca, (13 anos) sobre Paulo Freire

Apresentação de Aleph Miguel Bertolli (15 anos) sobre Martin Luther King Jr.

Os jovens que antes eram indiferentes e não tinham nenhum tipo de engajamento voltado para a conservação ou proteção da Natureza sentiram-se empoderados pelo aprendizado e pelo resultado de suas ações. Entre os temas sobre a crise climática e preservação ambiental que os jovens pesquisaram e apresentaram para a classe estão: Mercado Negro de Animais Silvestres, Chuva ácida, Desmatamento, Ocupação irregular de áreas de risco, Desertificação e Derretimentos dos Polos. Eles também participaram da dinâmica de “Valores Humanos” e da “Caminhada do Privilégio”, ambas com o objetivo de explorar as situações de conflito e preconceito que podem afetar as oportunidades de evolução pessoal e coletiva na comunidade.

Avaliação do Programa pelos participantes

Através das respostas aos questionários podemos perceber como nossos encontros estão influenciando e inspirando mudanças nos participantes.

Amanda Castilho Cordeiro, 14 anos

Isabela Vitória, 15 anos

Empoderamento e Solidariedade

Ao finalizar os encontros do programa deste ano tivemos a grata decisão do grupo em doar o valor acumulado com a venda dos reciclados, que aliás superou muito nossas expectativas, a quantia de R$ 500,00 será revertido ao Educandário para ajudar nas despesas de reforma e melhoria do ambiente onde eles estudam e recebem todo apoio pedagógico gratuitamente. Os jovens conseguiram através de suas ações sair da posição passiva, onde tudo lhes era oferecido gratuitamente sem que pudessem, por eles mesmos, contribuir com a manutenção da entidade e passaram a ser colaboradores, co-criadores das melhorias do espaço.

Este empoderamento é um dos objetivos que buscamos em  nosso programa de Educação para Paz, precisamos ajudá-los a sair da postura de inércia em relação aos problemas do mundo, sejam eles locais ou globais, participando de movimentos que buscam mudanças de forma pacífica e não-violenta. Assim eles poderão sair da condição de vítima das circunstâncias para um papel de protagonismo. Para alcançarem essa realização, eles precisam antes entender a dinâmica da sociedade e amadurecer criticamente na vida.

Aulas de Inglês

Nossos alunos também aprendem a falar inglês com o método Bright Way, as aulas são ministradas pela Teacher Mirela Proença, que integra a equipe do coletivo Fora da Caixa. Durante as aulas eles aprendem a se comunicar, conhecem as regras gramaticais e principalmente a compreender os fundamentos da língua inglesa. Estamos cientes da necessidade de se falar fluentemente a língua inglesa para que no futuro eles possam alcançar bons resultados acadêmicos e também profissionais.

As coisas importantes que as escolas não ensinam

Grande parte do processo pedagógico das escolas formais se tornou apenas um meio de preparar indivíduos para o mercado de trabalho. Mantendo uma postura onde eles são tratados como clientes e/ou consumidores, desconectados de suas vocações e talentos na hora de fazer suas escolhas. As questões individuais não são tratadas com um olhar mais profundo, há muitos assuntos que a escola deixa de abordar por não estarem inseridos na grade curricular. As dificuldades emocionais das crianças e jovens são muitas vezes consideradas “problema dos pais”, como eu mesma já ouvi de uma coordenadora. A escola simplesmente se omite ou faz vista grossa para  situações de bullying, intolerância, uso de drogas, automutilação e falta de motivação para frequentar as aulas. Os jovens que não tem uma rede de apoio na escola ou em casa são mais vulneráveis e não estarão preparados para lidar com os desafios da vida adulta de forma resiliente e com a inteligência emocional necessária. É quase que um milagre que eles não se tornem adultos egoístas, agressivos, consumistas compulsivos e indiferentes aos problemas da comunidade e do planeta.

Cultivar a generosidade, o companheirismo, a compaixão, a responsabilidade coletiva e a inteligência emocional poderá prevenir muitos dos problemas que enfrentamos atualmente, quanto antes eles forem incentivados a pensar o mundo como uma extensão de sua própria casa melhor!  

Pensando  e agindo fora da caixa

Justamente por estarmos desvinculados do sistema formal de educação é que conseguimos realizar nossos projetos. Somos independentes e livres para colocar em prática os mais altos ideais de ecologia, ecumenismo, ética e convivência saudável. Em um mundo cada vez mais dividido e polarizado, com governantes que demonstram desprezo em relação às minorias, aos imigrantes, que se orgulham em serem negacionistas e intolerantes, que financiam guerras e conflitos, sentimos um chamado profundo para multiplicar e expandir nossos programas de Educação para Paz. Trata-se de uma obrigação moral, um exercício de resistência pacífica e compaixão na prática.

Graças ao empenho e dedicação da equipe do Coletivo Cultural Fora da Caixa,  juntamente com os fundadores do Educandário e Instituto André LuizAna Paula Cardoso e Pedro Henrique Cardoso, nossa esperança num futuro melhor se renova! Lembramos que todos os envolvidos no projeto de Educação para Paz e a equipe do Educandário é composta por voluntários. As crianças e jovens participantes são oriundos da rede pública de ensino e participam de forma gratuita das atividades.

Na foto: Ricardo Albuquerque, Ana Paula Cardoso, Mirela Proença e Regina Proença.

Nossa turma no último encontro de 2024, com direito a doces, sorvetes, muitos abraços e emoções.

Novos desafios em 2025

Nossa intenção é expandir nosso programa e incluir todas as crianças que frequentam o Educandário. Serão duas turmas, as crianças do “Sementinhas” que tem entre 6 e 10 anos, e o “Motivando o Futuro” com participantes entre 11 e 17 anos.

Além da continuidade do programa de Educação Para Paz, Ecocidadania e Inglês, iremos introduzir o projeto Media Minds, que será desenvolvido por Ricardo Albuquerque, e abordará conceitos essenciais de computação, uso de software para apresentações acadêmicas e o Canva, ferramenta online para criação de design gráfico. Além disso, veremos como utilizar a Inteligência Artificial de forma responsável e ética. Estamos muito animados em integrar este aprendizado em nosso programa, certamente será muito útil e irá agregar muito na vida acadêmica, pessoal e profissional dos potencializados.

A cada criança e jovem que tem suas vidas transformadas através da união de nossos projetos sentimos que nosso propósito se fortalece. O reconhecimento internacional de nosso trabalho no encontro realizado em Agosto de 2024 pelo International Institute on Peace Education no Nepal e o convite para apresentar nosso programa no Fórum Mundial 2025 na Universidade Azim Premji em Bangalore, Índia, com o apoio do Dalai Lama Trust nos mostra que estamos no caminho certo.

Sabemos que os desafios são imensos, mas também temos consciência de que programas como o nosso serão cada vez mais necessários se desejamos criar um planeta mais sustentável, justo, equânime e não-violento. A responsabilidade é de todos e os bons resultados poderão ser colhidos pela comunidade e pelas futuras gerações.

Em nome da paz,

Regina Proença

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