Pirâmides e Esfinge – Cairo
Após a visita ao Museu do Cairo fomos conhecer as Pirâmides de Giza. Nosso guia nos advertiu para não darmos atenção aos vendedores ambulantes, pois eles costumam ser insistentes e mal educados.Porém mesmo com nossa esquiva fomos abordados várias vezes, se não fosse a intervenção de nosso guia teríamos mais problemas pois o fato é que eles são mesmo insistentes e incomodam bastante.E ainda as abordagens dos vendedores eram em português gritando: “bom,bonito e barato”, parecia que estávamos na Rua 25 de Março. Foi bizarro!
Da rua já podemos avistar as pirâmides que estão bem perto das vias urbanas, a cidade cresceu em volta delas e a paisagem foi um tanto surreal pois no meu imaginário elas estavam isoladas no “meio” do deserto. A primeira foto é de um caminhão de alho, achei curioso pois nunca tinha visto tanto alho na minha vida, ao fundo pode-se avistar as pirâmides.
Ali comecei a notar os detalhes da condição do lugar, o trajeto de areia que dava acesso às pirâmides estava repleto de cacos de garrafa, parecia que tinha acontecido uma rave ali e ninguém tinha tido tempo para limpar. Um verdadeiro perigo para todos e especialmente para mim que estava de sandálias. Também haviam vários condutores de camelos no entorno, todos insistiam para que os turistas tirassem fotos e/ou dessem uma volta, tudo era cobrado, as fotos inclusive, no money,no photos. Se você tivesse o desejo de dar uma volta de camelo logo isso se tornaria um problema pois eles cobravam antecipadamente pelo passeio e depois exigiam mais dinheiro para que você pudesse descer do animal…um verdadeiro golpe!
Em todos os lugares os egípcios tentam se dar bem, inicialmente são simpáticos mas logo depois começam te pedir gorjeta ou tentam te levar para lojas e/ou te empurrar papiros falsos como obra de arte. Isso aconteceu duas vezes com minha filha e Phil, eles foram conduzidos por alguém que se identificou como egiptólogo e disse que os levaria ao Museu do Papiro, mas que na verdade os levaram para lojas que de museu não tinham nada. Quando tentaram ir embora e disseram que não estavam interessados em comprar nada foram tratados muito agressivamente e tiveram que sair antes de discutir com os vendedores. A foto abaixo temos Phil tentando se desvencilhar de um ambulante que simplesmente colocou este lenço na cabeça dele e começou a pedir dinheiro, como ele não tinha estava oferecendo seus óculos como pagamento mas o guia veio e tirou o óculos das mãos do vendedor e o fez devolver o produto com alguns xingamentos em árabe, tivemos que sair rapidamente dali.
Claro que tiramos muitas fotos neste local icônico, entramos em uma das pirâmides somente para constatar que nada tinha lá dentro, descemos por uma passagem estreita, longa e tivemos que ir quase de quatro pois o trajeto era como um túnel muito íngreme. Uma vez na vida basta, não faria isso uma segunda vez.
Acima a entrada da pirâmide e o corredor de passagem.
Apesar de ser um local muito visitado e cheio de turistas não existe uma preocupação com a limpeza, todos os banheiros tinham alguém cobrando gorjeta, no caso do banheiro feminino uma mulher fica com o papel higiênico, se quiser usar tem que pagar.Não é opcional. Até mesmo dentro do banheiro do Hotel Hilton encontramos esta situação.
Entendemos que a situação ali é de pobreza mas há algo que está além disso, um comportamento que se repetiu em toda nossa viagem, uma sensação de que os egípcios pararam no tempo, eles são sanguessugas do passado glorioso e não evoluíram enquanto país e/ou sociedade. Tudo que há de bom está no passado, isso os deixa muito acomodados e parece que não há por que tentar se atualizar. É diferente por exemplo da Índia, que tem monumentos e templos tão antigos e sensacionais para a história da humanidade. Há muita pobreza, na verdade há muita miséria, mas os indianos estão conectados com o presente e com o futuro. São líderes em tecnologia, mesmo com tantos desafios sociais eles estão olhando para frente, sem perder a reverência com seus deuses e locais sagrados mas avançam em direção à novas conquistas.São verdadeiramente hospitaleiros, recebem os visitantes com todo carinho e atenção, não são interesseiros, são curiosos e querem tirar fotos com você o tempo todo. As vezes que estive na Índia voltei absolutamente encantada com o acolhimento e delicadeza no tratamento. No Egito foi o oposto. Não tenho a intenção de tirar o brilho do local mas advertir sobre fatos corriqueiros que acontecem ali. Contemplaremos os dois lados, o A e o B.
Na saída das pirâmides encontramos muitas bancas com artesanato local, é preciso barganhar para conseguir fazer uma boa compra. Há muitas opções para quem estiver disposto a levar um pedacinho do Egito para casa.