Tróia – Çanakkale

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Visitamos as ruínas da cidade de Tróia, que fica localizada em um lugar estratégico na ponta do Dardanelos. Na verdade, ali encontram-se sobrepostas os vestígios de nove civilizações entre 3000 a.C. e o século 2 a.C. Algumas destas cidades acabaram destruídas por incêndios, como a mais antiga delas, Tróia I, algumas por terremotos, a exemplo de Tróia VI, e outras não se sabe por que desapareceram. A famosa cidade retratada na Ilíada de Homero teria sido Tróia VII. A fama de Troia deve-se principalmente ao poema épico a Ilíada atribuído a Homero, escrita no século 8 aC, sobre a Guerra de Tróia, ocorrida em cerca do século 13 aC. O nome do poema refere-se à cidade de Ílion, outro nome de Tróia.

Há cerca de 5 mil anos, a área do sítio arqueológico de Tróia abrigou uma cidade murada. Nessa época, povos orientais migravam para as Ilhas Gregas. No total, nove cidades foram categorizadas nesse mesmo sítio. As primeiras cinco cidades floresceram na Idade do Bronze, entre 3000 aC e 2000 aC. Eram todas muradas. Nesse tempo, floresceu a Civilização Minóica em Creta. As maiores civilizações estavam no Egito e na Mesopotâmia.

As escavações começaram em 1871 com o alemão Heinrich Schliemann, que danificou o local. Estima-se que a área seja 10 vezes maior do que as ruínas visíveis hoje. Pouco se pode identificar sobre as ruínas que estão ali para visitação, as principais obras encontradas foram levadas aos museus da Alemanha entre outros. Podemos ver as diferentes camadas de construções e nos damos conta de quanto o mar ao longo das mudanças climáticas se afastou do local. Entre as ruínas encontramos muitas conchas porém não avistamos o mar dali, hoje ele está há quilômetros dali.

Na entrada encontramos um cavalo de madeira em alusão ao antigo feito pelos Gregos. No centro da cidade de Çanakkale está o cavalo de madeira usado nas gravações do filme Tróia, de 2004, com Brad Pitt. Ele está localizado em um agradável calçadão na margem do Dardanelos.

A busca para reencontrar a Tróia de Homero ocorreu no século 19, embora grande parte dos acadêmicos, nessa época, acreditassem que a Guerra de Tróia era mitologia e não haveria o que buscar. A região onde ela estaria localizada era conhecida, mas não o local específico. Em seu Atlas de 1806, por exemplo, Eustache Hérisson identificou as ruínas de Tróia. Em 1822, o jornalista escocês Charles Maclaren sugeriu que ela estaria no Monte Hisarlik. Alguns acadêmicos acreditam, no entanto, que a lendária Tróia estaria em Bunarbashi, perto, ao sul de Hisarlik. Em 1860, o diplomata inglês e arqueólogo amador Frank Calvert, que vivia no Império Otomano, começou um trabalho de exploração em Hisarlik. Foi Calvert quem convenceu o alemão Heinrich Schliemann a escavar lá. As escavações de Schliemann ocorreram entre 1870 e 1890, quando veio a falecer. Wilhelm Dörpfeld, outro arqueólogo alemão, continuou as escavações em 1893-94. Antes das escavações, o Monte Hisarlik tinha 32 metros de altura acima da planície. Schliemann e Dörpfeld identificaram camadas de diferentes períodos, categorizadas como sendo de nove cidades. Na divulgação dos trabalhos, Schliemann tomou para si todo o crédito das descobertas e, assim, acreditou-se até os anos 1990, quando foram divulgadas informações de que Calvert teria sido o verdadeiro explorador pioneiro em Hisarlik.

Outras escavações foram feitas, em 1932–38, dirigidas pela Universidade de Cincinnati (EUA), e mais escavações, em 1988-2005, coordenadas pela Universidade de Tübingen (Alemanha). Os achados foram catalogados pela Unesco, que listou o Sítio Arqueológico de Tróia como patrimônio da humanidade, em 1998.

A sensação que temos quando visitamos estes locais históricos que um dia foram importantes centros de poder e disputa, e que hoje estão em ruínas que acumulam camadas de história e pó é de que nós não aprendemos com as lições do passado. Todos que consideravam sua riqueza e poder como se fossem eternos ali estão misturados ao pó e às pedras das ruínas. Nesta breve passagem que é a vida, se não plantarmos as sementes do amor, generosidade e sabedoria nossa herança será irrelevante.Nada mais do que poeira ao vento.

Aqui se encerram as narrativas sobre os locais que visitei na bela Turquia, um país maravilhoso, com uma história de lutas, conquistas, impérios e lindas paisagens. Eu amei a oportunidade de conhecer tantos lugares relevantes na história da humanidade e voltaria muitas vezes. Vale muito a pena, super recomendo que adicione a sua lista de lugares a serem visitados!

Em breve publicaremos as narrativas sobre o Egito!

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