Uma Suíça Ensolarada
Quando imaginamos a Suíça facilmente nos vem à cabeça os alpes, a neve, os chocolates e fondues de queijo derretendo. Bem, pelo menos no meu imaginário era assim que pensava neste país tão cheio de coisas lindas e gostosas. Na verdade eu não tinha planos de conhecer a Suíça, em minha lista de lugares que desejava visitar ela estava depois de muitos outros países. Claro que seus encantos me atraiam, porém por ser um dos lugares mais caros da Europa, sua colocação em minha lista estava lá embaixo.
Mas aí a vida vem e nos apresenta uma proposta que viria colocar este país no topo, na verdade meu objetivo era ir à cidade de Neuchâtel, onde iria acontecer um workshop de Medicina Tibetana, que já mencionei em meu outro post com a narrativa de minha experiência.
Me preparei quase dois anos para esta viagem, sempre preocupada com os gastos que envolviam este destino. O que eu não esperava é encontrar uma cidade ensolarada, na beira de um lago limpíssimo com águas verdes e transparentes, um povo super simpático, hospitaleiro, com uma mistura de franceses e suíços que resultaria numa combinação incrível e charmosa.
A cidade de Neuchâtel fica a uma hora e meia de Genebra de trem, o trajeto é super tranquilo e todo sistema de transporte desde o aeroporto, trem e ônibus é integrado. Do aeroporto pode-se pegar o trem e ao chegar na cidade também podemos utilizar o transporte público facilmente. Não existe Uber na cidade, o que no início me causou preocupação pois meu curso começaria às oito da manhã e eu tinha a preocupação de não me atrasar. Cheguei dois dias antes de começar e aproveitei para conhecer o trajeto até o local e andar um pouco na cidade.
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Foi amor à primeira vista, suas ruas, o lago, as pessoas passeando com crianças, cachorros e nadando no lago com cisnes e patinhos foi uma desconstrução total de meu imaginário, parecia que eu estava no Rio de Janeiro, a diferença era que tudo era limpo e seguro, sem preocupações para andar com celular e bolsa no transporte público e nas ruas.
É triste perceber o quanto essa sensação de segurança foi perdida no Brasil, o risco de ser assaltada em qualquer lugar público por vezes me tira a vontade de fazer turismo em meu próprio país.
Quando cheguei fui informada que teria que pagar uma taxa de 4.20 francos suíços por dias de permanência na cidade porém poderia usar o transporte público de graça e também fazer todos os passeios, visitas aos museus e atividades turísticas da cidade sem pagar absolutamente nada. Recebi um caderninho com as fotos e ingressos das atrações disponíveis, fiquei encantada! Não precisei usar táxi para ir ou voltar de nenhum lugar, havia ponto de ônibus em frente ao meu apartamento que passava a cada 15 minutos e dali poderia ir para meu curso ou para qualquer outro ponto da cidade. Aprendi rapidinho as linhas que me interessavam e assim rodei a cidade sem me preocupar com gastos pelo período que fiquei ali. Os ônibus e trens eram sempre limpos, pontuais e sempre tinham lugar para se sentar. Perfeito em todos os sentidos.
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No domingo a maioria dos lugares está fechado, poucos restaurantes ou locais públicos funcionam, a cidade fica deserta. Durante a semana há muitas atrações como museus, passeios de barco, jardins, praças, feiras ao ar livre e muita cultura.Há muitas fontes de água potável em todos os lugares da cidade, são sempre lindas e charmosas. Sem falar das boulangeries, cafés, casas especializadas em queijos e chocolates, flores e mais flores.Tudo muito lindo, colorido, delicioso e caro, bem caro principalmente se fizermos as contas de nosso pobre dinheirinho. Mas quem converte, não se diverte, então fui selecionando aquilo que era imperdível como: tomar café e comer deliciosos pães de chocolates, croissants e gelatos, os almoços geralmente foram feitos com o grupo que se formou em nosso curso, comida boa e muitas opções entre comida indiana, chinesa, tailandesa, turca, coreana, árabe, francesa e hamburgers.
Na rua onde me hospedei havia um supermercado enorme e uma pizzaria bem em frente, então resolvi comprar algumas coisas para comer à noite e também buscava uma pizza de vez em quando, assim aliviava o custo dos almoços nos restaurantes. Deu para aproveitar um pouco de tudo.
Mas claro que a vida é sempre generosa comigo e junto com o curso tive a sorte de conhecer pessoas incríveis como Aleksandra Phillips, ou Sasha como preferia ser chamada. Ela tinha alugado um carro e já conhecia o local, pude conhecer junto dela e de Carolina alguns locais lindíssimos que ficavam próximo a região de Gruyère, com as montanhas, vacas, chalés e ainda uma cachoeira incrível que corre por trinta quilômetros dentro da terra antes de desembocar num local chamado Iaum. Foi um presente ter ido a este local, muito poderoso e abençoado. Antes de voltarmos, claro que tivemos que comer um autêntico foundue com o queijo que dá nome à região, um luxo!
O lago de Neuchâtel é um capítulo à parte, tive a oportunidade de nadar ali algumas vezes. Além da água verde transparente belíssima, o fundo é de pedras e não tem ondas, uma verdadeira piscina gigante que se pode desfrutar até altas horas da noite, pois como estava no verão o dia ainda estava claro até às nove da noite.
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Quem me conhece sabe o quanto eu amo flores, nesta viagem tirei muitas fotos de flores que nasciam nas sarjetas, muros, canteiros, feiras, parques e também na minha visita ao Jardim Botânico. A cada quarteirão eu tinha que parar para registrar a beleza destes presentes da Natureza, uma obra prima que encanta os olhos e a alma. Deixo aqui algumas das melhores fotos que tirei, só não vou colocar todas porque seria demais.
Espero um dia poder voltar à esta cidade encantadora, se pudesse teria aproveitado para passear mais e conhecer tantos outros lugares que não tive tempo de ir, quem sabe numa próxima vez…
Regina Proença é filósofa, educadora, adora viajar e conhecer culturas e a gastronomia de países diferentes. Acredita que investir em viajar é muito melhor do que gastar dinheiro com carros, roupas e bens materiais. Viajar enriquece a alma e produz memórias que ficam gravadas no coração.